sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sobre minissaias e discriminações


É claro que, mesmo após um tempo ter se passado, preciso comentar o caso Geisy Arruda - a estudante de 20 anos do curso de turismo da Universidade Bandeirante (Uniban), em São Bernardo do Campo, que foi hostilizada, dentro do campus, pelos colegas por usar um vestido curto. 

Nem tudo que é moda se encaixa no ambiente de trabalho 

Custo a acreditar que tenhamos assistido a cenas que melhor se encaixariam na era medieval. E o meu espanto se aplica a ambos os lados: a reação incompreensível e incabível dos estudantes, que revelaram um lado preconceituoso e julgador, não condizente com o ambiente no qual - pressupõe-se - as pessoas estão ampliando sua capacidade de conviver e entender o diferente, ou tudo aquilo que foge de padrões. Inadequada também, na minha opinião, foi a escolha do figurino da moça para mais um dia de aulas regulares: talvez a escolha se aplicasse melhor a uma casa noturna.
O que ocorreu naquela universidade só vem reforçar o que há anos prego em palestras e em artigos: nem tudo aquilo que é moda e nem tudo aquilo que eu gosto necessariamente se encaixam ao ambiente onde trabalho ou, diante do acima exposto, onde estudo. Sábias eram as escolas mais conservadoras que adotavam uniforme para todos os estudantes. E sábias são as empresas que até hoje também optam por essa orientação. Além de prestarem mais um serviço a seus clientes, que distinguem rapidamente os funcionários de terceiros, permitem que seus empregados economizem um bom dinheirinho com o quesito roupa para o trabalho. 
Já comecei a receber solicitações de entrevistas para falar sobre festas corporativas de fim de ano e vestimenta mais adequada para esses eventos. Por mais que eu já tenha escrito e falado sobre isso, existem aqueles cuja noção é nenhuma, que acabam por chamuscar sua imagem com posturas e escolhas de guarda-roupa equivocadas. Se eu fosse você, começaria a abrir mais os ouvidos e prestar atenção aos conselhos que eu e outros tantos especialistas no tema estamos sempre espalhando a quem quiser ouvir — prudência, além de não fazer mal a ninguém, evita dores de cabeça desnecessárias.
Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.

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